Sou só eu que tenho vontade de chorar quando me vejo tão acesa dentro do meu lado mais escuro?
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Se eu ainda fosse viva te daria o que há de melhor em mim. É que eu já venho me decompondo. Viva não sou, estou apenas...parte minha se foi aos poucos, aos pedaços se foi consumindo.
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Não sei ao certo o ponto de partida, não sei quando será a chegada de algo tão meu que já deixou de ser propriedade e passou a ser órgão vital.
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Um coração que apenas batia agora bombeia. Um sangue que corria agora irriga.
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Meu coração não estava pronto. Juro que não estava! Não se pode chegar assim, sorrateiramente e ocupar o espaço inimigo. Eu não sei, eu não vi em que momento baixei a guarda, não me lembro quando foi o descuido, em que momento me abri para não mais fechar-me.
Tenho pena de mim. Ah, como me dá pena mudar de lugar. Serei eu agora quem mendiga? Serei eu agora quem chora? Minha razão acaba de dar-se conta do que meu coração bombardeava por meu corpo há dias. Eu não estava pronta. Eu não estou.
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Me dá vontade, uma imensa vontade de despedir-me de ti antes mesmo de ver-te. É que me dói mais o poder que tens sobre mim do que tua ausência.
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Já não sei mais se isso é ser livre.
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Já não posso mais ser quem sou. Eu assim tão frágil ando quebrando meus costumes pelo caminho. Me vem a tua boca e me rouba o ar. Gente que não respira não é livre.
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Só se sente de forma visceral aquilo que dói.
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Ainda assim eu faria tudo novamente. Meu coração que antes sofria overdoses de capital, agora sofre por algo humano e com sentido.
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"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".