9.11.10

Falso poema do amor ilimitado

E se definir é limitar,
Minha barca vai sem data de regresso
Minha ida é vontade de um corpo
Um corpo suado, exausto na cama
As vontades são compartidas
Desejos explícitos e mãos afoitas
Minha ida é sinal de progresso
É revolta perante os sinais,
Só agora me mostras o caminho?
Minha ida é sinal de protesto
O estável não me estabiliza
O instavel não me instiga
Vou sem remo nem nada
Abandono a barca
Abandono o amor
Se é amor, se é definido é limitado
Que se arrume o amor!
Que ele escolha uma barca qualquer
Que parta comigo
Sem remo, sem nada
Que vá além do hemisfério sul
Avante, amor!
Amor, avante!
Resgata-me entre o vinho tinto
Busca-me entre a falsa poesia
Se definir é limitar
Nada está definido
Nada está limitado.

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"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

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