Que meu samba não se torne tango
Que meu sorriso não se molhe em pranto
Que o meu corpo não se reparta mais
Que eu não viva esse desatino, esse desalento
Que eu não me submeta ao sorriso de um novo menino
Que meu samba não se torne tango
Tarde
Foi como um respirar
Uma tragada a menos em algo velho
Um suspiro novo
Um esfumaçar
E é o mesmo velho sentido das coisas
A mesma sensação para um novo calafrio
O velho arrepio de sempre,
Sensível à uma nova brisa no ouvido;
Sotaque. Tango.
Do samba, pelo samba
Pelo samba foi sempre a mesma canção
Pelo samba-canção sempre a mesma rima
Quase a minha rotina
“Desde que o samba é samba é assim”
Para os subúrbios cariocas
E à Barra-funda sob garoa
Deixo as minhas saudades
E as minhas desculpas;
Perdão pandeiros e baquetas
Perdão roda e quadra, malandros e mulatas,
Batucada e embolada,
Perdão por render-me tão irreversivelmente ao tango.
Não quero a confiança
ResponderExcluirNão quero nada superfulo também
Aprendi a métrica, aprendi a fazer linhas
Mas me despreendi,
buscava algo maior, mas não reconhecia a simplicidade...
Era reticente, por moda, mas sempre verdadeiro, buscava a expressão perfeita e acabava sempre bebendo a imperfeição, o exagero...e isso fazem poucos anos,
aprendi...a lealdade, a continuidade sem temeridade...desvendei a ansiedade, mas continuo rimando, na música, no dia-a-dia..canso,
ainda faço minhas pequenas guerras, não me esforço sem necessidade mais...é uma pena