13.1.09

A boca quente, sente, brota
A terra espera a volta, a porta aberta
O rio desce até o frio do umbigo
Em busca do que anda quente e perdido
A flor da gente anda murcha, anda ardente
À flor da pele, como sempre, como ausente
No precipício das destemperadas partidas
Na boca seca, na pele quente, na ferida
No caos que me transborda e me fascina
Na lembrança esfumaçada, na neblina
Fica a saudade no fundo da taça
Fica a boca quente na borda, no gole
Fica o caco de vidro, a partida
A partilha do que não foi definido
A boca fria, a ausência e a ferida.

Um comentário:

  1. Querida amiga,

    Se a amargura
    tua arte inspira,
    lança por terra
    o teu desejo de ver concreto
    o que teu beijo trouxe do esgoto.
    Porque esse engano
    é como o canto da sereia:
    te leva ao fundo
    mas te segura num outro mundo,
    longe do céu,
    feito de areia dentro da boca,
    mel contaminado,
    e gente que se equivoca.

    Com alegria
    faço o convite
    para a poesia
    que nos levite.

    Como chegar?
    Não sei ao certo,
    mas sei que o mar
    é o mar aberto.

    ResponderExcluir

"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

BlogBlogs.Com.Br