São muitas as opções de caminho e isso me paralisa. São muitas as opções de destino, muitas são as portas que se abriram e eu já não sei mais por qual quero entrar.
Também são muitas as saudades que ainda cicatrizam aqui dentro.
Eu, que tanto me busquei, já não sei quem sou. Eu me revirei tanto, me revoltei, me pus do avesso e do avesso e já não sei mais em qual parte de mim mesma me encontro agora.
Descobri que sou mais mutante que pensava. Quando me canso corto os cabelos, me canso e largo o emprego, me canso e mudo o romance, me canso e troco o país.
E é isso que me faz temer a liberdade. Como se ela não me permitisse um pouso, como se não me desse tempo, como se me tornasse nômade. Pior, ela faz meu coração ser nômade, ela impede que qualquer ser se aposse dele. Enquanto tudo o que eu queria era que alguém o sequestrasse.
As vezes me dá um medo do ontem. Perigoso isso de não ter medo do amanhã. Perigosa essa coisa de deixar-se, permitir-se ser. É como se todo o meu tempo fosse vivido apenas para mim. Já não sei mais compartir o meu eu. Não sei mais o que fazer com toda essa profundidade inútil que descobri.
É inútil.
Conhecer-se apenas nos torna mais egoístas, bobagem tudo isso de auto-conhecimento. Tanto me descobri, que virei um livro de auto-ajuda ambulante. Troquei a literatura por ensaios auto-biográficos.
Pior, construí uma solidão que não existia. Me descobri incompativel com a humanidade, me construí à margem disso tudo e agora já é impossível voltar ao núcleo.
Também são muitas as saudades que ainda cicatrizam aqui dentro.
Eu, que tanto me busquei, já não sei quem sou. Eu me revirei tanto, me revoltei, me pus do avesso e do avesso e já não sei mais em qual parte de mim mesma me encontro agora.
Descobri que sou mais mutante que pensava. Quando me canso corto os cabelos, me canso e largo o emprego, me canso e mudo o romance, me canso e troco o país.
E é isso que me faz temer a liberdade. Como se ela não me permitisse um pouso, como se não me desse tempo, como se me tornasse nômade. Pior, ela faz meu coração ser nômade, ela impede que qualquer ser se aposse dele. Enquanto tudo o que eu queria era que alguém o sequestrasse.
As vezes me dá um medo do ontem. Perigoso isso de não ter medo do amanhã. Perigosa essa coisa de deixar-se, permitir-se ser. É como se todo o meu tempo fosse vivido apenas para mim. Já não sei mais compartir o meu eu. Não sei mais o que fazer com toda essa profundidade inútil que descobri.
É inútil.
Conhecer-se apenas nos torna mais egoístas, bobagem tudo isso de auto-conhecimento. Tanto me descobri, que virei um livro de auto-ajuda ambulante. Troquei a literatura por ensaios auto-biográficos.
Pior, construí uma solidão que não existia. Me descobri incompativel com a humanidade, me construí à margem disso tudo e agora já é impossível voltar ao núcleo.
Só posso lhe acalentar com palavras, mesmo que essas sejam mentirosas...
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