10.2.10

Quem me dera encontrar-te nas esquinas amargas da minha vida. Quem sabe eu não resgataria assim o sonho de dormir em sorrisos e sonhar com nuvens!
Sinto que já não vale muito o que sinto, sinto que o medo virou distância, a distância virou saudade, a saudade acabou em desespero.
Volto às entranhas que nunca me abandonaram, resgato assim a frieza que perdi, a leveza que destruí, os sonhos que se misturaram.
Finjo que é passado, finjo que não dói achando que assim dói menos.
Engulo meu caos e desespero, me espalho pelas ruas, me reviro do começo. Do começo ao fim pulando o meio. Sinto que não tivemos meio. Sinto.
Ainda sinto teu gosto, teu desgosto e busco nas lembranças da pele o teu sorriso. Ainda busco compor teu rosto e espero jamais esquecer de um detalhe. Já não ouço música o bastante. Ouço o suficiente para me manter sã. As músicas me levam a mim, me levam a ti, me soam saudade.
Já não espero, já não reclamo, já não proclamo, já não prometo. Livre não estou, não sou. Mas sempre em cada milímetro meu haverá algo teu, em cada desejo, em cada silêncio, em cada sumiço, sim, em cada movimento. E cada música que, a contragosto eu ouvir, dedicarei a ti.

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"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

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