7.1.10

Rumba Catalana

Hei de deitar em teu peito e sentir teu abraço
Mudando os caminhos, chorando os pedaços da vida
Hei de sentir a areia por entre os dedos dos pés,
Caminhar descalça ao teu lado, molhar-me em água salgada
Hei de juntar nossas migalhas, somar nossas palavras
Teus versos nos meus, minhas rimas em tua poesia
Hei de passar horas avoadas em uma mesa de bar,
As mãos abobadas e displicentes a descolar um rótulo qualquer
Hei de passar madrugadas insones, hei de compor uma fantasia.
Hei de soprar a fumaça azul no vento frio
E aquecer teu corpo com uma loucura só minha.
Hei de acordar de um sonho qualquer,
E assim viver anos em poucos dias.
Acabar-me em uma overdose literária
Ao som da rumba catalana
Aos respingos do mediterrâneo

Imagem: Estudo de tela - Tablao flamenco, de Fabian Pérez

Um comentário:

"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

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