28.1.08

Ouvi você dizer que não gosta, semana passada te vi na rima que se desdenha agora. Procuro algo que se pareça para que assim eu possa concluir alguma sentença, para que existam mais vírgulas e uma frase contínua.
Fica difícil definir tua casa, tua tribo, tua laia. Te vejo as vezes displicente, as vezes político, as vezes cru. Queria conhecer teus livros, teus discos, teus cadernos e rabiscos. Queria ver um álbum de infância, um uniforme velho e listrado.
Abrir a gaveta do criado-mudo e encontrar algo teu, mas um “teu” diferente, um “teu” que realmente lhe pertença. Algum sonho inenarrável, algum desejo escondido e um segredo de fazer rir.
Queria os tons da tua música preferida, uma carta velha guardada, um gosto, um desgosto e um afim.
Queria enfim saber se você existe, mas um “você” diferente, um “você” que realmente lhe pertença.

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"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

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