12.12.07

Sabotei, sabotando o tempo. Insosso, tempo insosso de lembrar
Ignorei a noção do tempo e o vento fez a maré dançar
Feito onda e respingo na saia, feito nuvem e conchinha
Me criei com as fases da lua.
Na tua onda que o vento espirrou.
Tempo, o tempo é quem faz ventar
Vento, o vento é quem faz levar
Sabotei minhas palavras e as frases tuas.
Ignorei a mudança da lua, a conchinha e o mar
Me marquei de formas divinas, de uma divindade só minha
E atrás de um pecado só meu
Me livrei de nós e de casos, de futuro e passado
Me tranquei em meu peito, útero de mim
Me guardei por um tempo, um tempo e um vento
Me soprei como se solta a fumaça, leve e mais densa que o ar
Ainda me perturbo em cascas que viram templo ou prisão
Sabotei a vontade, a verdade, o personagem e a vazão
Saboto a razão de ser quando e onde
Saboto a ilusão de viver na roda-gigante
Sabotando laços e rindo da ilusão
Ainda me busco, de maneira mais ácida
Ironia minha ser quem sou
Buscando e sabotando o amargo e o opaco
Criticando críticas
Sabotando uma realidade cimentada
Sabotei, sabotando o tempo. Sabotei tudo o que vi e vivi
Em busca do que não pude sentir e sentindo o que não quero buscar.

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"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

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