15.5.05

Legalize já!! Ou abortaremos a missão!

Em tempos em que a miséria, a fome e
a violência reinam no país da má educação,
a hipocrisia pede passagem para atuar.

Segunda-feira, 2h da manhã, não há transito, mas as crianças malabaristas te obrigam a parar no sinal. Madrugada, hora de criança estar dormindo, não no Brasil, aqui ainda é hora de trabalho, leia-se trabalho escravo. Sem férias, sem remuneração, sem futuro, logo... sem liberdade.
No Brasil investe-se tão pouco em educação quanto em armas nucleares, mas, se o problema fosse só esse, a questão não seria tão complicada. Controle de natalidade me soa reacionário demais, mas a distribuição de pílulas, camisinhas e a legalização do aborto me soam mais humano. Humano, sim!! Desumano é morrer de fome, passar frio, dormir na chuva e perder seus sonhos dentro de um bueiro.
Depressão pós-parto: fala-se muito, acontece depois do nascimento do bebê, a mãe rejeita o filho, pode acontecer com qualquer mulher – tudo culpa dos hormônios e do psicológico feminino. Mas o que não se fala muito é que acontece muito mais com mulheres que engravidam após um estupro e não conhecem seus direitos, mulheres que não queriam engravidar, mulheres sem condições de criar seus filhos, filhos que muitas vezes vão literalmente para a lata de lixo.
Aborto no Brasil é ilegal, a mulher pode ir presa e o médico que praticou o ato também, ao menos que seja comprovado um estupro ou a mulher corra risco de vida. Mas o que mais preocupa é que toda essa negligência, e as vendas nos olhos daqueles que ganham muito para não aprovar, e nem ao menos ler lei alguma, assassinam muito mais do que fetos, assassinam meninas e mulheres, que em momentos de desespero recorrem aos meios mais aberrantes que podem existir.
E o que a igreja tem a ver com isso? Enquanto o Vaticano se cobre de ouro, vinho, jóias e riquezas, crianças mal experimentam o peru de Natal, o mesmo da grande festa cristã de amor e reconciliação. Nos casos de acefalia a questão é ainda mais vergonhosa e ignorante. Os padres até podem entender as diversas formas de amor, mas o amor de uma mãe para um filho é algo que nem a hóstia lhes pode fazer sentir. Esperar um filho por nove meses sabendo que o bebê não vingará nem por alguns minutos? Parece tortura da Santa Inquisição.
Se tudo isso não servir para nada, que abortem tudo de uma vez, que abortem nossas vozes, que abortem o Artigo 6º da Constituição e que abortem também de uma vez por todas a minha irreversível e ríspida opinião.

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"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

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