Construi um buraco, um buraco feliz! Feliz de tão triste. Ah, e por que te incomoda eu ser tão triste? Um nada do avesso. Sem voz. Só sendo, vendo. Sentindo? Não, sentindo não mais. Cansei de sentir. Até de lutar. Me entregar foi bom, mas já é hora de entregar as forças. Me rendo. Chega. Só.
Um nada cansado de esperança que não sabe esperar. Um nada ansioso pro barco virar. Um nada mais cansado ainda de gente que finge me entender. Desde quando alguém entende e porque alguém iria entender?!
Ai, vistam as máscaras, tem baile essa noite. Tem música ao vivo. No palco, para uma elite que bebe whisky ouvir. Ai, tem festa e coquetel para uma cruel burguesia sorrir.
Ah, não quero me encaixar, não faço questão, me deixa brindar com a sorte, com a vida ou a morte. Agora é voar, asas são pra voar, pra longe ou qualquer lugar.
Sou nada, um nada escondido, sem sentido e sem vontade. Um nada abandonado, sem poesia, melodia. Uma coisa, fria. Que ora ama, ora nunca amou. Um nada confuso, incapaz de sentir, de cantar de rimar de sonhar.
Sem metas. Sem sina. Sem anjo da guarda. Sem melodia. O agora é um segundo que agora já passou faz tempo. Não tive nada e sinto que nada terei. O nada não possui. O nada não morre. O nada não ama. O nada não engana.
Ai, vistam as máscaras , o nada vai embora. Vistam as máscaras tristes e finjam chorar.
... GAME OVER...
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"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".